153-3 | Projeto: Quem é esta pessoa? | Autores: | Fernando Guedes (CENTAP-SCS - Centro de Estudos em Novas Tecnologias na Atenção Primária dFM ABC - Faculdade de Medicina do ABC) ; Silmara Conchão (FM ABC - Faculdade de Medicina do ABC) ; Flávio Mendes (FM ABC - Faculdade de Medicina do ABC) ; Maria Alice Elo Rosa Tavares da Silva (FM ABC - Faculdade de Medicina do ABC) ; Maria José Pereira Zago (CENTAP-SCS - Centro de Estudos em Novas Tecnologias na Atenção Primária d) |
Resumo INTRODUÇÃO
As escolas de medicina apresentam aos alunos uma visão restrita e descontextualizada do conceito saúde-doença, reduzindo-o exclusivamente à dimensão biológica. Isto favorece a construção de uma postura de desconsideração aos outros aspectos, desvalorizando a dimensão humana. É necessário uma mudança de ótica, uma tomada de consciência, para a importância de considerar os aspectos subjetivos do adoecer.
OBJETIVOS
Com este projeto pretendemos mostrar que adoecer é um processo de múltiplas dimensões e de muitas causas, que os fatores psíquicos e os biológicos estão intimamente relacionados, e que modo de ser e de adoecer são construções da história de vida de cada pessoa. Queremos auxiliar os alunos a resgatar o caráter intersubjetivo da relação médico paciente.
METODOLOGIA
Este projeto é desenvolvido há 3 anos com os alunos do 1º ano da Faculdade de Medicina do ABC. Os alunos devem entrevistar um paciente e confeccionar uma narrativa desta entrevista, onde devem responder a pergunta: “Quem é a pessoa?“. São orientados a pesquisar a história de vida da pessoa e as relações de nexo entre os fatos. Fazer conexões entre passado, presente e aspirações futuras. Correlacionar a doença e a história de vida do paciente, incluir suas subjetividade e perspectiva. Ao final devem solicitar que o paciente avalie o encontro ocorrido, também deverá constar às reflexões subjetivas dos próprios estudantes. Posteriormente, os alunos fazem uma apresentação desta entrevista em Power Point.
RESULTADOS
A análise das narrativas produzidas pelos alunos evidenciou que estes se envolveram com a experiência pedagógica, experimentando diferentes graus de empatia com os pacientes. O desenvolvimento do projeto produziu deslocamentos no ponto de vista tradicionalmente adotado pelos alunos de medicina, mesmo tendo sido desenvolvido no 1º ano. Verificou-se que quanto maior o grau de empatia estabelecido, maior a tendência dos narradores em legitimar o ponto de vista dos pacientes frente ao adoecimento, assim como foi maior o grau de reflexão sobre a experiência pedagógica vivenciada e sobre a prática médica.
DISCUSSÃO
O modelo biopsicossocial proporciona a visão integral do ser e do adoecer, quando é incorporada à formação do médico deixa claro que apenas aprendizado das habilidades técnico-instrumentais é insuficiente para o seu exercício, exige o desenvolvimento das capacidades relacionais que permitem o estabelecimento de um vínculo adequado e uma comunicação efetiva. Palavras-chave: Humanismo, Humanização, Medicina Narrativa |