Resumo

O presente trabalho é fruto de um relato de experiência que visa apresentar a Preceptoria de Território no Projeto de Extensão Liga de Saúde da Família. O referido projeto consiste em um dispositivo de mudança na graduação desenvolvido pelo Sistema Municipal de Saúde Escola de Fortaleza, em parceria com a Universidade Estadual do Ceará e da Universidade Federal do Ceará. Tem como proposta fomentar mudanças na graduação a partir de processos que geram reflexão crítica entre Universidade, Serviço e Comunidade. O Preceptor de Território constitui-se em um docente em serviço que facilita a integração entre docência e assistência. O trabalho do preceptor situa-se no campo da educação, embora este não seja um professor no sentido tradicional, fomentando mudanças nos processos de trabalho em saúde e sensibilizando os estudantes para a atenção primária, bem como para o trabalho interdisciplinar em saúde. A base teórica utilizada pelo Preceptor de Território é composta por: Educação Popular em Saúde, Educação Permanente em Saúde, Atenção Primária, Política Planejamento, Gestão e Ciências Sociais e Humanas em Saúde, Epidemiologia e Saúde Ambiente e Trabalho. As trilhas metodológicas consistem em: observação participante, pesquisa participante e pesquisa-ação. O trabalho foi desenvolvido em atividades semanais composta por atividades de campo e atividades teóricas, através de rodas de equipe e de categorias. Esse segundo momento era espaço de reflexão teórica. Os encontros aconteciam com as equipes multiprofissionais, com intuito de conhecer o território adscrito a partir da sua realidade social comunitária, da organização cultural e política local embasados na articulação ação-reflexão-ação ancorados na teoria da problematização. Observou-se que o grupo de alunos acompanhados por um preceptor de território teve sua inserção comunitária potencializada, uma vez que para o estudante essa é uma experiência completamente nova se fazendo necessária uma facilitação para a construção desse processo. Durante alguns grupos de discussões e principalmente nas reuniões ampliada dos grupos foi relatado por professores e alunos que a inserção aconteceu de forma mais tranqüila naqueles espaços que puderam ter um preceptor para acompanhar esse processo, bem como facilitar a interlocução entre universidade-serviço-comunidade.