Resumo

O estudo analisa a possibilidade da incorporação das ações de Saúde do Trabalhador-ST na APS, com base em uma concepção contemporânea de redes de atenção à saúde. O objetivo central do estudo é o de contribuir para a construção de uma agenda coletiva em ST na APS, já que o modelo de atuação em rede se estrutura a partir da APS. Para isto, utilizou-se da abordagem qualitativa, para descrever como as ações de ST, estão institucionalizadas, como se inserem no cotidiano dos processos de trabalho das equipes Saúde da Família, como são geradas as informações em ST e como a participação e o controle social, contribuem na formulação e no acompanhamento das políticas públicas de ST no SUS. A análise documental dos municípios previamente selecionados foi fundamental para a pesquisa. A divisão do estudo em eixos temáticos, que aqui vão apresentados seus resultados, foi apenas teórica e didática, preservando a visão integral das ações, sempre na perspectiva da construção de sistemas integrados de saúde. No eixo da gestão local do SUS, os documentos analisados não garantem a institucionalização e não sinalizavam investimentos nas ações e na estruturação da rede de ST(plano municipal de saúde e relatório de gestão). No eixo sistema de informação em Saúde(SIAB e SINAN-NET), as séries históricas, não traduzem efetivamente intervenções( de prevenção e de promoção à saúde), que resultem em melhorias para as condições de vida da população trabalhadora local.O último eixo apresentado o da participação e do controle social, as informações obtidas refletem a fragilidade na formulação e no acompanhamento das política de ST. Com o estudo, pode-se concluir, o SUS, como espaço ideal, para desenvolver a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador, ainda que, as ações apresentam-se pontuais, fragmentadas e tímidas no impacto. Faz-se necessário e de imediato a construção coletiva de uma agenda em ST, que garanta a sua inserção na APS, responsável e coordenadora do funcionamento das redes de atenção à saúde, do ordenamento dos fluxos e contra-fluxos de pessoas, produtos e pelas informações nas redes. A construção de redes de atenção à saúde, tem como premissa o fortalecimento e a oferta de APS, de forma descentralizada em todos os municípios e contribui efetivamente com a organização dos sistemas de saúde, com base nos princípios organizativos da regionalização e hierarquização.