Resumo

Introdução: A residência é um modelo de formação em serviço de profissionais para a saúde. Dentro deste modelo, a Residência integrada em saúde (RIS), da Escola de Saúde Pública-RS, se propõe a formar profissionais para o sistema único de saúde (SUS) integrando a residência médica ao aperfeiçoamento especializado multiprofissional. Métodos: Para tal finalidade são reservadas 60 horas semanais, sendo 80% de formação em serviço e 20% para reflexão teórica. As atividades práticas são desenvolvidas nos campos de formação - unidades básicas de saúde (UBS) e estratégia da saúde da família (ESF) - vinculadas a secretaria municipal de saúde. O modelo organizacional de cada unidade é variado, sendo que a RIS preconiza a inserção de, no mínimo 3 áreas profissionais em cada local, de forma integrada, para dar conta de uma concepção de clínica ampliada. A carga horária para as atividades de reflexão teórica são divididas em momentos de campo e núcleo. Segundo Gastão Wagner Campos (2000), tanto o núcleo quanto o campo seriam, pois, mutantes e se interinfluenciariam, não sendo possível detectar-se limites precisos entre um e outro. Diante esta linha tênue que separa campo e núcleo, questiona-se como construir as atividades de reflexão teórica consideradas especificamente de núcleo. Resultados: Segundo a Política Nacional de Humanização (2006), a clínica ampliada é um trabalho clínico que visa ao sujeito e à doença, à família e ao contexto, tendo como objetivo produzir saúde e aumentar a autonomia do sujeito, da família e da comunidade. Sendo a fundamentação da atenção básica uma concepção ampliada de saúde, percebe-se que fica difícil estabelecer as atividades de reflexão teórica de núcleo na RIS-ESP. Conclusão: A proposta da RIS como uma formação de ensino em serviço é de vanguarda pois transcende a fragmentação dos profissionais e do conhecimento. Porém, existe uma distância da proposta e da realidade da formação já que a nova forma de compreender a dimensão da saúde ainda é um fator que retarda o processo.