Poster (Painel)
104-1 | ADOLESCENTES E JOVENS DA RESERVA DE MAMIRAUÁ, AMAZONAS, BRASIL: CARENTES DE ATENÇÃO DO PSF/SUS | Autores: | Maria Helena Ruzany (NESA/UERJ - Universidade do Estado do Rio de JaneiroNESA/UERJ - Universidade do Estado do Rio de JaneiroFIOCRUZ - Fundação Oswaldo CruzUFP - Universidade Federal do Pará) |
Resumo Introdução: Este estudo foi uma iniciativa do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá-Tefé e do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente, FCM/Uerj, como parte do convênio entre a Fundação Nacional de Saúde e Ministério da Saúde, Área de Saúde do Adolescente e do Jovem.
Objetivo: Estudar alguns aspectos da sexualidade e da saúde reprodutiva de adolescentes e jovens ribeirinhos moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), Amazonas, Brasil.
Método: Realizou-se um inquérito epidemiológico do tipo transversal, a partir de um questionário semi-estruturado, contendo perguntas sobre sexualidade e saúde reprodutiva. A coleta de dados foi feita com 118 adolescentes e jovens (10 a 24 anos) de cinco pequenas localidades rurais amazônicas. Procedeu-se o teste de qui-quadrado para variáveis categóricas, com nível de significância de 5%.
Resultados: As condições de saneamento e infra-estrutura das moradias ribeirinhas eram precárias e a família numerosa. As casas eram de madeira, residindo de 6 a 12 pessoas (60,2%). Dentre os participantes, 82% eram solteiros; 64% conheciam os métodos contraceptivos, destes, 63% só conheciam a camisinha. 52,7% jovens do sexo feminino e 47,3% do masculino tinham iniciado a vida sexual (p<0,001); 86,2% e 92,3%, respectivamente, usavam preservativos, somente 25,4% usavam sempre, 21% já tinham engravidado antes de começar a usar algum método. Dentre os entrevistados, 97,3% desconheciam a dupla proteção; 90% nunca ouviram falar de contracepção de emergência e 85,5% não sabiam como se dá a transmissão da Aids. Dos com vida sexual ativa 41% já tinham filhos, contudo, 39% não queriam engravidar naquela ocasião. A maioria dos partos foi natural e todas as mães amamentaram seus bebês.
Conclusão: Os jovens moradores do interior da floresta amazônica precisam de uma atenção especial do SUS, no sentido de melhorar a capacitação de seus Agentes Comunitários de Saúde para uma atuação eficaz de promoção de saúde e para torná-los aptos ao debate sobre sexualidade e prevenção de DST/Aids. Além disso, é premente o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade de vida e ao apoio aos grupos vulneráveis destas regiões.
Palavras-chave: Adolescente, Epidemiologia, Sexualidade |