9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:95-1


Poster (Painel)
95-1EFEITOS DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E NA APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS INFECTADAS E POSTERIORMENTE TRATADAS PARA HELMINTOSES
Autores:Luciana de Lourdes Queiroga Gontijo Netto Maia (UFSJ - Universidade Federal de São João del-ReiUFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Maria Flávia Carvalho Gazzinelli (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

Este estudo experimental empregou modelo de educação com ênfase nas relações sócio-afetivas, voltada para promoção de saúde e controle de helmintoses. O estudo objetivou investigar os efeitos do processo educacional no desenvolvimento cognitivo e na aprendizagem de crianças infectadas e posteriormente tratadas para helmintoses, residentes em área endêmica. Para receber a intervenção, o grupo de 106 crianças na faixa etária de 6 a 11 anos e meio foi dividido em dois grupos a partir dos resultados dos exames coproparasitológicos: Grupo Infectado (n=84) e Grupo Sadio (n=22). As crianças do grupo infectado foram separadas aleatoriamente em “Grupo Ação”, que participou da intervenção educativa (n=43) e “Grupo Controle” (n=41). Para avaliar o desenvolvimento cognitivo foram empregadas avaliações psicológicas estáticas e dinâmicas e para avaliar a aprendizagem utilizaram-se testes de conhecimento. Os dados foram analisados pela comparação das médias dos coeficientes delta do pré e pós-teste (“Paired-Samples T Test”) além da distribuição de freqüências absolutas e relativas. Os resultados evidenciaram progressivo aumento nos valores da avaliação cognitiva estática realizada pós-intervenção nas crianças do “Grupo Ação”. Apesar do maior ganho proporcional, não houve diferenças estatisticamente significativas entre os valores obtidos nos pós-testes dos grupos “Ação” e “Controle” (p>0,05). Já entre o “Grupo Ação” e o Grupo Sadio, os valores obtidos nos testes Aritmética e Dígito foram estatisticamente superiores no grupo sem a infecção (p=0,048 e p=0,023, respectivamente). Entre o Grupo Infectado e o Grupo Sadio somente o teste Aritmética foi estatisticamente superior no grupo não infectado (p=0,048). Constatou-se melhora na avaliação dinâmica das habilidades de criatividade, velocidade de processamento e raciocínio lógico, entretanto, as crianças mantiveram oscilações com relação à habilidade de memória. As crianças apresentaram resultados compatíveis com melhora de aprendizagem na avaliação da evolução conceitual. Embora por meio da avaliação estática não tenham sido detectados avanços na inteligência geral, e, por meio da avaliação dinâmica, os ganhos cognitivos tenham ocorrido em algumas habilidades cognitivas especificas, a avaliação da evolução conceitual demonstrou que houve aprendizagem, fato que pode remeter a condições que são produzidas no interior da escola, a saber: o método, as práticas pedagógicas, o papel do professor e a interação professor-aluno.


Palavras-chave:  Educação em Saúde, Helmintoses, Avaliação Educacional