91-2 | A invenção da Residência Multiprofissional em Saúde a partir dos discursos | Autores: | Daniela Dallegrave (GHC - Grupo Hospitalar Conceição) ; Maria Henriqueta Luce Kruse (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) |
Resumo Trata da Residência Multiprofissional em Saúde como uma invenção cultural constituída a partir do Sistema Único de Saúde. A dissertação foi elaborada a partir do referencial teórico pós-estruturalista, utilizando as ferramentas analisadoras propostas por Michel Foucault, quais sejam: norma, discurso, poder e dispositivo. A partir dessa vertente, aponta que essa invenção cultural se deu com a edificação de discursos que falam sobre o que a Residência é ou deveria ser. O texto não tem o objetivo de estabelecer verdades sobre a proposta de formação de profissionais de saúde. Apenas procura mostrar como se apresenta nos materiais produzidos e veiculados pelo Estado, pelos residentes, pelos profissionais de saúde, pelos programas de Residência e pelos médicos (residentes ou não). Nas análises, observa-se que os discursos dividem-se entre aqueles que falam a favor e contra a proposta, sendo que neste último estão as matérias produzidas pela categoria médica. Falam contra a proposta os experts, médicos, geralmente homens, que ocupam espaços de poder na categoria. A favor sujeitos sem distinção de gênero que enunciam sobre a Residência, articulando-a com outros poderosos discursos como o da Integralidade, o do Sistema Único de Saúde, o do trabalho em equipe e o da Reforma Universitária. Este estudo pretende provocar nos seus leitores/interlocutores a inquietação e a desestabilização de verdades sobre a Residência Multiprofissional em Saúde tão caprichosamente sedimentadas em nossa cultura. Palavras-chave: Residência Multiprofissional em saúde, Educação, Poder |