73-1 | Formação dos Trabalhadores da Saúde na Residência Multiprofissional em Saúde da Família: uma cartografia da dimensão política. | Autores: | Carolina Pereira Lobato (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Regina Melchior (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Rossana Baduy (UEL - Universidade Estadual de Londrina) |
Resumo No intuito de colaborar com o debate das Residências Multiprofissionais em Saúde, o presente estudo buscou compreender, através do olhar cartográfico, de que forma a residência contempla a dimensão política na formação dos trabalhadores. Fala-se da dimensão política como reconhecimento das relações de poder existentes na formação dos trabalhadores e lugar em que as intencionalidades da formação se explicitam. É nesta dimensão que a função social do trabalhador e das instituições formadoras pode ser debatida, sendo lugar de disputa dos projetos de saúde e sociedade colocados em pauta pelos sujeitos em formação. Para tanto, vivenciou-se o processo educativo de um programa de residência no interior de São Paulo. A experiência ocorreu em janeiro e fevereiro de 2009. Além dos diários de bordo, foram realizadas entrevistas a 14 sujeitos envolvidos no processo educativo, bem como análise de alguns documentos oficiais relacionados ao Programa e às Residências Multiprofissionais em Saúde. A análise foi dividida em dois momentos: cartografia do instituído, espaço para apresentar as potências para a dimensão política da formação e a cartografia do instituinte, espaço para os acontecimentos durante a vivência institucional. Os territórios de análise emergidos na vivência foram a abordagem pedagógica escolhida pelo Programa e os espaços coletivos frequentados pelos sujeitos na Residência. Observou-se que há muitas potencialidades para a dimensão política da formação. Dentre elas encontram-se a abordagem metodológica construtivista, utilização de metodologias ativas de aprendizagem e os espaços coletivos que visam promover a participação de todos os envolvidos nas decisões dentro do Programa de Residência. Os processos avaliativos participativos e dialógicos também se conformaram como potência. Na análise dos acontecimentos do território vivo, pode-se evidenciar que muitas delas não acontecem em sua plenitude o que compromete ou limita a formação para a politicidade. As residências como estratégias de mudança na formação dos trabalhadores devem considerar esta dimensão, pois o SUS, sendo um projeto contra-hegemônico, necessita de agentes micropolíticos em sua defesa. Para isso, novos referenciais devem ser incluídos na formação dos trabalhadores nas Residências. Palavras-chave: Educação Permanente em Saúde, Educação, Relações de Poder |