Resumo

Caracterização do problema. O presente trabalho objetiva apresentar a proposta do Sistema Municipal de Saúde Escola (SMSE) como uma política estruturante da organização e gestão do SUS no município de Fortaleza. Historicamente, no campo da formação, tem sido reproduzida uma concepção centrada em procedimento específico e com modelo de atenção à saúde hospitalocêntrico que não incorpora as necessidades sociais da população. Na busca de reversão deste modelo de formação, o governo brasileiro vem implementando diversas políticas, programas e projetos. Considerando a necessidade de otimizar os diversos esforços e recursos disponíveis, em um sistema integrado de educação, saúde, trabalho e comunidade, a Secretaria Municipal de Saúde implantou em 2006, o SMSE de Fortaleza. Descrição da experiência. Num cenário de estruturação das redes assistenciais do município de Fortaleza, com ingresso de cerca de 5.000 servidores no quadro de pessoal, ficou claro para a gestão do SUS no município que não era possível consolidar um sistema público de saúde, sem um amplo processo de formação e educação permanente para os trabalhadores. Com este objetivo, a gestão convoca as instituições de ensino superior e as escolas técnicas a se integrarem na implantação do SMSE. Efeitos alcançados. Decorridos pouco mais de três anos deste processo, muitos dispositivos foram disparados, como: Residências Médicas e Multiprofissional de Saúde da Família e Comunidade; Especialização em Gestão e Sistemas de Saúde; Liga de Saúde da Família; Cirandas da Vida, Preceptoria de Categoria e Território, PRÓ-SAÚDE, intercâmbio internacional, dentre outros, criando uma ambiência de educação permanente nas Unidades de Saúde, melhorando a formação dos estudantes e trabalhadores. Foi criado um Fórum Mensal do SMSE, com participação de todas as instituições formadoras e Redes Assistenciais do Município. O grande diferencial do SMSE é integrar todos os programas e projetos, em parceria com as instituições públicas e privadas, compreendendo que todos formam profissionais para o SUS e, portanto, devem ser integrados neste grande esforço de consolidar o sistema público e universal de saúde. Recomendações. O desafio de integrar num todo sistêmico todos os dispositivos disponibilizados pelo governo brasileiro, por organizações internacionais, pela comunidade, pelos trabalhadores da saúde, gestores e instituições formadoras, reveste-se de grande importância e carece de incentivos para seu financiamento.