9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:44-2


Poster (Painel)
44-2CLÍNICA PSICOLÓGICA NA ATENÇÃO BÁSICA?
Autores:Flavia Schröder Darski (ESP/RS - Escola de Saúde Pública)

Resumo

O trabalho em questão diz de uma reflexão advinda da prática cotidiana de uma psicóloga que realiza a Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública – ESP/RS, com ênfase em Atenção Básica e Saúde Coletiva. A profissional/residente pensa a psicologia enquanto instituição que constitui um ponto/parte/ do SUS e, para pensar os atos que advém desta presença/composição, faz um mapeamento do contexto, uma ampliação do olhar para o entorno. Começa pensando o SUS enquanto um território específico, com disputas de conceitos, saberes, poderes, paradigmas, mas tendo como principal característica o fato de ser uma obra aberta, em construção e que permite e demanda análises e intervenções que operem movimentos em seu campo. Também pensa a Saúde que vem se revelando um campo de complexidade crescente. A psicóloga traz ainda que no Brasil, a concepção de um modelo de Atenção Básica pretende superar a antiga proposição de caráter exclusivamente centrado na doença. Com a consolidação do SUS, começamos cada vez mais a vivenciar um outro paradigma em saúde e, para fazer jus a este novo contexto muitas questões merecem ser refletidas com afinco, entre elas, destaca-se a clínica, incluindo a psicológica. Quando analisamos este contexto é que começamos a nos aproximar com mais segurança de uma abordagem da questão das relações entre a psicologia e o SUS. Quais as conexões da psicologia como campo de saber e, mais precisamente, dos psicólogos enquanto trabalhadores, com o SUS? Quais práticas tais psicólogos têm efetuado, quais compromissos ético-políticos têm tomado como prioritários em suas ações? Pontos que não se separam dos referenciais teórico-conceituais que dão suporte a estas práticas. Também se trata de uma tomada de posição, de atitude, quanto ao que se define como objeto e campo de intervenção da psicologia. Trata-se, então, de uma discussão ético -política. Assim, uma constatação: precisamos de equipe, para colocar em prática dispositivos de atenção. E por que isto? Para trabalhar tendo em vista resolutividade. Sozinhos, enquanto psicólogos, não temos muito o que falar e o que fazer na atenção básica. É somente na nossa capacidade de estabelecer relação com os demais colegas, com a equipe, que vamos ter algo a contribuir com a saúde preconizada no SUS. Não temos como ignorar a necessidade de uma clínica porosa/transdisciplinar, que permita que no ENTRE os saberes, incluindo o do usuário, a saúde aconteça.


Palavras-chave:  Atenção Básica, Clínica Transdisciplinar, Psicologia