9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:36-2


Poster (Painel)
36-2A INSEGURANÇA ALIMENTAR ENTRE BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA DA UNIDADE SAÚDE BARÃO DE BAGÉ, SERVIÇO DE SAÚDE COMUNITÁRIA – GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO
Autores:Maria Luísa de Oliveira Gregoletto (GHC/SSC - Grupo Hospitalar Conceição - Serviço de Saúde Comunitária) ; Cíntia Sulzbach (GHC/SSC - Grupo Hospitalar Conceição - Serviço de Saúde Comunitária) ; Lena Azeredo de Lima (GHC/SSC - Grupo Hospitalar Conceição - Serviço de Saúde Comunitária) ; Bruna Schwanck Dutra (GHC/SSC - Grupo Hospitalar Conceição - Serviço de Saúde Comunitária)

Resumo

INTRODUÇÃO: A Insegurança Alimentar (IA) abrange desde a preocupação em relação à disponibilidade do alimento, até a fome por não ter o que comer. A segurança alimentar é um direito a ser assegurado pelo Estado. O Programa Bolsa Família (PBF) possui a perspectiva de combater a pobreza e a fome no país por meio de transferência de renda. Para detectar famílias em risco de IA, foi validada a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), um importante instrumento de avaliação. OBJETIVOS: Identificar a prevalência de IA e caracterizar o perfil demográfico e sócio-econômico de famílias cadastradas no PBF de uma Unidade de Saúde (US). MÉTODO: Realizou-se um estudo descritivo com famílias que compareceram a US para monitoramento do estado nutricional de crianças menores de 7 anos e gestantes, condicionalidade do PBF. Foi aplicado um questionário, com o titular do benefício, composto por dados sócio-econômicos e a EBIA. RESULTADOS: A amostra constituiu-se de 54 famílias, totalizando 267 indivíduos. Observou-se prevalência de 83,3% de IA (45 famílias), destes, 15,5% apresentaram IA grave. O perfil dos beneficiários caracterizou-se pela maioria do sexo feminino (56,9%), com idade menor de 18 anos (54,7%) e renda igual ou inferior a 1 salário mínimo (85,2%). Entre os titulares do benefício 60,7% possuíam ensino fundamental incompleto. Verificou-se que 87% das famílias não recebiam outro tipo de benefício. A maioria das famílias era constituída por 5 a 8 pessoas (63%). Quanto à moradia, 87% da população possuía casa própria, de alvenaria (57%), com água encanada (87%), e rede de esgoto (83,3%) e energia elétrica regularizada (68,5%). Constatou-se que 68,5% reside em becos. CONCLUSÕES: Identificou-se na população estudada elevada vulnerabilidade e risco social, comparando-se à prevalência de 34,8% de IA identificada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios em 2004. A caracterização dos níveis de IA e do perfil dos beneficiários permite identificar as necessidades e demandas dessa população, a fim de se formular ações e estratégias adequadas. São necessários estudos de associação das variáveis para identificação dos fatores de risco para a IA.


Palavras-chave:  insegurança alimentar, atenção primária, bolsa família