Resumo

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença crônica e o sucesso do tratamento depende da adesão do usuário e da participação dos profissionais da saúde (BRASIL, 2006). Neste sentido, a Consulta de Enfermagem (CE) se coloca como uma das ações que possibilita a orientação e o esclarecimento das possíveis dúvidas que os pacientes possam ter a respeito do autocuidado. Faz-se importante por ser uma atividade, por meio da qual se pode ajudar na conscientização do paciente hipertenso, a respeito da doença e do seu controle, tornando-os mais ativos no próprio tratamento. Entre as atividades propostas pela disciplina de Saúde Coletiva, em uma Estratégia de Saúde da Família, no município de Uruguaiana, RS, as acadêmicas desenvolveram CE junto a usuários hipertensos. As consultas eram realizadas mensalmente, no período desta prática disciplinar. Este serviço não realizava essa atividade, apenas grupos e visitas domiciliares para este público. Ressalta-se que essa atividade proporciona uma atenção individual, complemento as atividades grupais, de cunho coletivo e, com uma visão voltada ao cuidado à família do hipertenso. Desta forma, possibilita-se a manutenção do vínculo usuários-acadêmicas-profissionais de saúde, sendo a promoção da saúde, baseado o norteador da assistência. Observou-se que a intervenção das acadêmicas, na CE, resultou em uma melhora significativa da adesão do hipertenso ao tratamento. Outra questão de extrema importância foi o sentimento de valorização desses usuários, durante a consulta e reconsulta de enfermagem. Verificou-se esta realidade, pois os mesmos retornavam à consulta, apresentando níveis pressóricos mais estabilizados e relatos de pequenas mudanças no cotidiano (alimentação e exercícios físicos) que os faziam se sentirem mais saudáveis. A falta de conhecimento sobre a patologia e seus cuidados, além da vergonha de questionar o profissional de saúde, surgiram em muitas das consultas realizadas pelo grupo. Esta realidade demonstra a importância do papel do Enfermeiro no processo do cuidado, individual e coletivo, do usuário hipertenso. Acredita-se que essas experiências demonstram a importância de ser ter a integralidade como eixo condutor das ações de saúde (PINHEIRO, 2006). Sugere-se o desenvolvimento de atividades de ensino ou práticas educativas de saúde dirigidas ao paciente hipertenso e sua família, visando à promoção da saúde, prevenção de complicações de sua doença e formas de como enfrentá-la.