9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:14-2



14-2A experiência da Visita Domiciliar num serviço de Saúde Mental
Autores:Vilma Constancia Fioravante dos Santos (UNIPAMPA - Universidade Federal do Pampa) ; Beatriz Franchini (UNIPAMPA - Universidade Federal do Pampa) ; Aline Basso da Silva (UNIPAMPA - Universidade Federal do Pampa) ; Naiana Oliveira dos Santos (UNIPAMPA - Universidade Federal do Pampa) ; Maiana Pinheiro dos Santos (UNIPAMPA - Universidade Federal do Pampa) ; Luiz Antonio Fernandes Filho (UNIPAMPA - Universidade Federal do Pampa)

Resumo

Município do interior do Rio Grande do Sul, conta somente com um CAPS tipo II (Centro de Atenção Psicossocial) e possui uma demanda reprimida de pessoas em sofrimento psíquico sem acesso ao serviço. Alguns desses indivíduos contam com profissionais que se dispõem a ir ao seu encontro e prestar cuidados onde quer os mesmos se encontrem. Para tanto, a Visita Domiciliar (VD) foi instituída como uma das maneiras para contornar essa realidade na forma de incentivo a adesão e oferta de acompanhamento e tratamento. Garantindo ainda, continuidade da assistência fora do ambiente ambulatorial do CAPS. A experiência vivenciada a partir do acompanhamento da rotina de trabalho dos profissionais que atuam no serviço. Percebeu-se então, que a realização de VD foi incluída nas atividades desenvolvidas naquele espaço, sendo umas das estratégias de ampliação da atenção em Saúde Mental prestada pelo CAPS. Contudo esta modalidade de atenção naquele momento era pouco valorizada entre os profissionais, havendo pouca cooperação da equipe em realizar esta atividade. Durante o período percebeu-se que alguns funcionários se destacavam na prática das VDs e possuíam grande afinidade pela clientela atendida. Esta pequena equipe era composta por dois funcionários do setor administrativo e uma técnica de enfermagem que exercia função administrativa no CAPS. Estes profissionais atendiam a demanda que não chegava ao serviço e também situações de emergências psiquiátricas para encaminhamento ao Hospital Geral. No caso estudado, estas visitas se davam a partir de chamados da comunidade, busca ativa de usuários que optam voluntariamente por não comparecerem nas atividades propostas pelo serviço, ou ainda aqueles que não tinham acesso. O contato da equipe de saúde com a realidade cotidiana do usuário permite a compreensão do fenômeno saúde/doença mais amplamente e traz à tona a complexidade que envolve as dimensões emocional, familiar e social do indivíduo. Pensa-se que experiências envolvendo o reconhecimento da realidade vivenciada pelos usuários, por parte dos profissionais, pode desmistificar a idéia equivocada que estigmatiza o doente mental como incapaz de se socializar. Percebeu-se a relevância desta atividade, visto que pode haver uma tendência de reprodução da lógica manicomial e estereotipia de papéis, quando profissionais ignoram o meio social do indivíduo, não levando em conta as subjetividades dos sujeitos.


Palavras-chave:  Atenção em Saúde, Saúde Mental, Visita Domiciliar