Resumo

A Visita Domiciliária (VD) é um instrumento que permite ao enfermeiro interagir com o usuário em seu contexto social, observando e conhecendo sua realidade (ROESE, 2004). Também pode ser compreendida como técnica e método para a escuta qualificada, vínculo e acolhimento (LOPES; SAUPE; MASSAROLI, 2008). Acredita-se que a VD pode ser uma estratégia facilitadora para a promoção de saúde e para o trabalho de enfermagem. Objetiva-se avaliar a produção do enfermeiro na Estratégia de Saúde da Família (ESF), em relação aos dados do monitoramento das VDs desenvolvidas na comunidade. O estudo é de natureza epidemiológica e transversal. A coleta de dados secundários, ocorrida em 23/02/2010, foi realizada no SIAB/DATASUS/MS. Referindo-se ao número de VDs de enfermeiro realizadas, por ano, em seis Municípios que fazem parte da região oeste do RS e suas ações em saúde são organizadas pela 10ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). Elegeu-se tal região por sua localização geográfica, em função dos campus da Unipampa, e a necessidade de um olhar crítico acerca de seus marcadores de saúde. O período estudado compreende os anos de 1998 a 2008 para possibilitar a análise de tendência. A partir disso, visualizou-se que existem algumas questões a serem discutidas, pois até o ano de 2001 constavam dados cadastrados de apenas um dos Municípios. No ano 2002, além deste, surgem dados de mais dois Municípios e até o ano de 2004 ainda não haviam dados registrados acerca das VDs realizadas (por enfermeiro) por um deles. Somente no ano de 2005 todos os Municípios computaram dados referentes a estas VDs. Além disso, ao serem analisados os dados, constatam-se consideráveis contrastes, onde a partir do ano de 2005 houve oscilações entre os dados apresentados. A disparidade chama mais atenção quando, no ano de 2008, todos os Municípios tiveram um decréscimo em seus dados. Sendo que, ao contrário dos outros anos um dos Municípios não computou VD realizada. Bem como, os valores dos dados ainda precisam ser ponderados ao considerar o universo de habitantes de cada Município. Associa-se a estes dados a não configuração real da ESF nos Municípios estudados. Também, as condições que favorecem a realização da VD, onde a sobrecarga de trabalho e a autonomia do enfermeiro poderiam ser pontos a serem avaliados durante a discussão dos dados. Dessa forma, discutir-se-á, junto a CRS, se as demandas em saúde estão sendo satisfeitas e os benefícios da VD para os profissionais de saúde e comunidade.