Poster (Painel)
13-1 | A transitoriedade nos estados de saúde e doença: construção do cotidiano individual e coletivo em uma comunidade rural | Autores: | Deise Riquinho (ENSP - Escola Nacional de Saúde Pública) ; Tatiana Engel Gerhardt (UFRGS - Universidade federal do Rio grande do Sul) |
Resumo Este trabalho aborda a interface dos processos vividos no cotidiano, considerando os determinantes sociais de saúde, as condições de vida e a auto-percepção dos estados de saúde e doença de moradores de uma localidade rural no sul do Brasil. O objetivo foi o de conhecer e compreender as necessidades em saúde, por meio da auto-percepção do estado de saúde e doença, considerando as desigualdades sociais presentes na localidade rural de Rincão dos Maia, Canguçu/ RS. Utilizou-se a triangulação de métodos. No desenho qualitativo entrevistaram-se 20 sujeitos. A amostra foi intencional, ilustrativas das diferentes situações de vida e a análise temática. Os resultados indicaram que a sensação de estar adoecido é fortemente vinculada ao modo como se vivência essa enfermidade, assim como o sofrimento por ela decorrente, tendo em vista a incapacidade que este estado impõe, seja ela física ou mental. A alternância entre sentir-se doente ou saudável vem da constatação prática de que nenhum estado é contínuo: ele pode se modificar, como igualmente o dia e a noite, o sol e a chuva. A observação do meio natural sinaliza o quão tênue são os estados de saúde e doença. A “situação de vida”, elaborada a partir das condições de vida e mobilização de recursos sociais, demonstrou que apesar das diferenças econômicas, esse grupo apresentava uma coesão social, especialmente em sua matriz cultural de trabalhadores rurais. Enfatiza-se, assim, a necessidade de considerar o significado do fenômeno saúde e doença como ferramenta imprescindível para a formulação de programas de promoção e prevenção à saúde da população rural. Palavras-chave: Condições de Saúde, Desigualdade Social, Saúde da População Rural |