Resumo

As causas externas vêm se tornando, um dos problemas mais relevantes para a Saúde Pública no Brasil. No país,já se constitui no terceiro grupo mais freqüente de causas de óbito.Acontece com a Região Sul e, no RS, embora com freqüência muito alta, é a quarta causa de mortes. Acidentes e violências também são causas muito relevantes de morbidade.Assim,tem se tornado uma prioridade para as políticas do SUS,tendo ênfase na política nacional de promoção da saúde. Desafia os serviços e sistemas de saúde,além do tratamento das pessoas vitimadas por essas causas de morbidade, são necessárias ações de controle e vigilância envolvendo diversos órgãos e instituições,além da saúde. Cada vez mais, vem sendo propostas abordagens que mobilizem, a população como um todo. Para fornecer subsídios à implantação de um sistema de vigilância de causas externas na Serra Gaúcha, por meio da análise compartilhada de dados oriundos de diferentes bancos de dados e fontes de informação, para gerar redes sociais de produção de conhecimentos e iniciativas para o controle das causas de morbimortalidade por acidentes e violências, vem sendo desenvolvido o projeto de um Observatório de Violências. Proposto no âmbito de uma iniciativa de educação permanente em gestão participativa, materializada em cursos de aperfeiçoamento e atualização. Sua implementação se constitui na coleta de bases de informação sobre essa problemática, na revisão sistemática da literatura, na pesquisa empírica de percepções sobre o problema dos acidentes e violências em atores sociais ,de diversas naturezas que atuam em municípios selecionados da Serra Gaúcha, na análise de fontes secundárias acerca da relevância e da expressão da morbi-mortalidade por causas externas nesses municípios e no planejamento e realização de atividades de educação permanente em saúde envolvendo atores sociais com interesse na temática. Entre os objetivos secundários da iniciativa, destaca-se o planejamento conjunto de atividades e o estabelecimento de metas a curto, médio e longo prazo, que contemplem, no mínimo, a melhoria da qualidade da informação, a criação de uma equipe de vigilância de causas externas e a implantação de um grupo de atores para atender a demanda da violência. Embora ainda em âmbito preliminar, as conclusões possíveis até o momento apontam a grande potencialidade de intervenção e a capacidade de mobilização de atores dessa iniciativa, embasada nas políticas de educação permanente em saúde e de gestão participativa.