10-2 | O ENIGMA DO TRABALHADO NA FALA DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
| Autores: | Eliane Chaves Vianna (ENSP/FIOCRUZ - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SÉRGIO AROUCA/FIOCRUZ) ; Daniel de Oliveira Costa (IESC/UFRJ - Instituto de Estudos em Saúde Coletiva/ UFRJ) ; Regina Helena Simões Barbosa (IESC/UFRJ - Instituto de Estudos em Saúde Coletiva/ UFRJ) ; Helena Maria Scherlowski Leal David (FENF/UERJ - Faculdade de Enfermagem/Univ. Estado do Rio de Janeiro) ; Vera Joana Bornstein (EPSJV/FIOCRUZ - Escola Politécnico de Saúde Joaquim Venâncio) |
Resumo Introdução: Este estudo faz parte de um projeto de pesquisa intitulado Abordagem Interdisciplinar das Novas Relações de Trabalho em Saúde: o caso dos agentes comunitários de saúde, financiada pela FAPERJ, que propõe a construção de uma análise interdisciplinar das relações entre trabalho e saúde, tendo como foco o trabalho do Agente Comunitário de Saúde (ACS) em suas variadas, complexas e múltiplas dimensões, materiais e simbólicas, objetivas e subjetivas, macro e micro-estruturais. O presente trabalho faz parte do eixo norteador Condições e processos de trabalho dos ACS do Município do Rio de Janeiro e utiliza as bases conceituais da ergonomia, da ergologia e da psicodinâmica do trabalho.
Objetivo: compreender o processo de trabalho vivo deste profissional de saúde, identificando as dificuldades e sofrimentos vivenciados e os mecanismos utilizados por eles para darem conta do Trabalho Real de cada dia.
Método: apoiada na metodologia de pesquisa qualitativa que através de seus instrumentos de coleta de dados, possibilita a apreensão do significado, das representações implícitas no fazer saúde do ACS e as conseqüências deste fazer em seu corpo através da doença ou da saúde. Foram realizados oficinas e grupo focal como instrumentos de coleta de dados em duas Áreas Programáticas (A.P.) do Município do Rio de Janeiro. Os ACS foram convidados a participar de forma voluntária da referida pesquisa.
Resultados: As falas dos agentes comunitários de saúde foram marcadas pelo sentimento de não reconhecimento de seu trabalho pelos demais integrantes da equipe, pela necessidade constante de transformarem suas ações devido às adversidades peculiares da comunidade que trabalham, bem como pela jornada de trabalho muitas vezes infindável, por também serem moradoras neste local. No entanto, embora considerem o baixo salário e o não reconhecimento de suas atividades, acreditam na importância e na necessidade das ações de saúde que executam, por contribuírem com a melhoria das condições de vida em sua comunidade.
Conclusão: Esta pesquisa demonstrou a necessidade de criação de um espaço de escuta para o agente comunitário de saúde, bem como o repensar sobre suas atribuições e sobre o processo de formação que vem sendo fornecido às equipes investigadas.
Palavras-chave: Agente Comunitário de Saúde, Saúde do Trabalhador de Saúde, Saúde da Família |